quarta-feira, 28 de abril de 2010

Faça assim .



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Nada Por Mim
Marina Lima

Você me tem fácil demais
Mas não parece capaz
De cuidar do que possui
Você sorriu e me propôs
Que eu te deixasse em paz
Me disse vá e eu não fui

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

Você me diz o que fazer
Mas não procura entender
Que eu faço só prá agradar
Me diz até o que vestir
Com quem andar, onde ir
E não me pede prá voltar

Não faça assim
Não faça nada por mim
Não vá pensando que eu sou seu

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Feche os olhos. Não imagine, sinta. A respiração na sua nuca. A mão pela cintura, indo das costas para a barriga, subindo devagar. Outra mão, cabelo entre os dedos, massageando sua cabeça, puxando meio sem força até o pescoço esticar. A língua no pescoço, de leve, sobe até perto da boca, te provocando, passando no seu lábio sem te beijar. E a pressão dos seus quadris na direção oposta aos dele. As vezes quando sua coxa sobe, a mão passa por baixo, suave, naquele arrepio que deixa a superfície da pele assanhada, e a mão dele chega na sua bunda. Um aperto sem jeito, que puxa, provoca um vai e vem, um sobe e desce, um movimento que te deixa acelerada. E agora, você está nas mãos dele. Você vai pedir por mais ou vai fugir?

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 Hoje o dia foi morno. Febre antes de dormir, despertador que não tocou, ou eu que não ouvi. Fiz uma promessa a minha priminha que vou buscá-la na escola, tudo isso porque ela ão queria ir, acho que é saudade. Bom, pelo menos alguém no mundo sente a minha falta.
 Não sei, me sinto meio idiota. Eu tento ir aos poucos, tentando me encaixar no que as pessoas querem de mim, me fazendo do que eu não sou. Mas de uma forma ou outra, acho que vou me descobrindo através do que os outros exigem de mim.
  Mas eu não sou organizada, eu não gosto de lavar a louça, eu não sei dançar devagar, eu me sinto sufocada, eu não sei não querer você agora, eu não sei não sentir ciúme, eu não tenho dinheiro. Eu não consigo emagrecer, e eu não sou magra pra acompanhar sem sentir dor. Eu sou observadora e eu reparei na sua preferência (sim!). Meus bolsos tem segredos a mais, minha boca tem palavras engasgadas. Eu não quero dizer, e você não saber. Você me diz que eu finjo estar tudo bem, eu digo que você não sabe reparar. Eu sinto a falta dela e empurro as minhas dores pra isso quando não sei porque estou chorando.
  Acho que ser criança é mais fácil. Eu tinha muito meod de crescer, e agora tenho medo de não conseguir sair daqui.
  As coisas não são fáceis pra ninguém, mas quando é na nossa pele, parece pior.
  Mas eu vou conseguir, tudo.
  Eu vou te agradar, eu vou emagrecer, eu vou saber dançar (em qualquer velocidade), eu vou esquecer desse desejo estranho, eu vou ganhar o meu dinheiro, eu vou perdoar esse ciume, e agora, eu vou lavar a louça.  (Meu mundo você é quem faz, música, letra e dança. Tudo em você é fulgaz.)


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Pego a lua, aposto no mar
Como eu vou te ganhar?

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Namasté!

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