quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

. Temperamental .



...só sei que nada sei...

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Cruzou por mim, veio ter comigo,
numa rua da Baixa Aquele homem mal vestido,
pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante,
dei-lhe tudo quanto tinha
(Exceto, naturalmente, o que estava na algibeira
onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
As normas reais ou sentimentais da vida .
[...]
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num
comício dentro de minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.

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~

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Temperamental ao extremo, assim, mudando de opinião a cada segundo que passa. talvez ciúme demais, talvez indiferença. Desilusão, descoberta, enfim.. não sei. Só sei que nada sei. Temperamental até para escrever, nem estou mais afim.
Beijo!

Um comentário:

Valéria disse...

Você sempre foi temperamental sua pequeninha linda!
E isso é o que me encanta em você, pelo menos uma das coisas... porque você é assim e é assim mesmo entende?
E não importa o seu estado de espírito eu vou te amar mesmo assim e com todo amor que eu estiver podendo entregar pra vc!

Um beijinho no seu coração, de alguém que só torce por sua felicidade e pelas suas conquistas!